Review: Super Mario Maker 2

Review: Super Mario Maker 2

difícil saber como começar a falar sobre todas as coisas que amei em Super Mario Maker 2. O mais novo game do Nintendo Switch é muito superior ao seu já excelente antecessor e introduz novas e incríveis ideias, estilos de fases, itens de construção e muito mais. Ao mesmo tempo, o chame dos games de Mario continua presente.

Embora seja possível mudar radicalmente o estilo básico de gameplay, até mesmo as fases mais bizarras parecem pertencer a algum jogo perdido da franquia. Mas Super Mario Maker 2 é muito mais do que apenas uma ferramenta para realizar seus sonhos de design. Há também um robusto modo online em que você pode jogar com ou contra outros jogadores, um modo história que renderia um jogo a parte e uma abundância de conteúdo disponível, antes mesmo de você começar a pensar em criar sua primeira fase.

Modo História

Uma das novidades mais surpreendentes é o modo história, que tem a profundidade que você espera da franquia: Undo Dog, acidentalmente, pressiona o botão de reset no castelo da Peach e o destrói completamente. É claro que sobrou para o Mario reconstruí-lo e, para isso, você terá que superar fases cada vez mais complicadas e acumular moedas que pagarão os reparos necessários no castelo. Isso é tudo o que o modo história é e realmente isso é tudo o que precisa ser.

Essencialmente, o modo história existe como uma desculpa para fazer você jogar mais de 100 fases pré-feiras, chamadas de “trabalho” — e claro, grande parte delas não existiriam em um game regular da franquia. Essas fases pegam a fórmula clássica de Mario e aproveitam dos novos elementos de construção para surpreender os jogadores. Há percursos muito criativos que aproveitam bastante dos recursos a disposição dos jogadores. De fases que testam suas habilidades de pulo e precisão, até outras que colocam você no controle de um carro Koopa, há muita diversão e variedade aguardando os jogadores.

De fato, o modo história de Super Mario Maker 2 é grande o suficiente para ser um jogo independente. Após completar a construção do castelo, que exige a conclusão de mais de 100 fases, ainda tinha cinco páginas de trabalhos me esperando para serem finalizadas. Completar a história desbloqueia uma nova opção no modo criação, então há mais um motivo para jogar a campanha.

Modo Criação

Mas, no fim das contas, estamos falando de Super Mario Maker, não Super Mario Castle Repair Simulator. Não é uma surpresa que o modo dedicado a criar suas próprias fases seja excelente. Há uma suave curva de aprendizado em utilizar o controle para montar e, quando peguei o jeito, não consegui mais largar. Minha única reclamação é que o modo portátil exige que o jogador utilize a tela sensível ao toque do Switch para grande parte das funções, sem a possibilidade de usar os Joy-Con. Reforço que a interface funciona bem, mas estou acostumado a construir níveis com o controle no modo Dock e gostaria de poder manter essa jogabilidade no portátil.

As opções para criação são surpreendentes. No topo da tela há 12 blocos, cada um com uma opção de item para construir, como tijolos, power-ups, inimigos e por aí vai. As opções disponibilizadas depende do visual que você escolheu para a fase — por exemplo, não é possível utilizar os itens 3D, como o traje de gato, no visual de games 2D. Há ainda modificações para itens: mantenha o botão Y pressionado sobre um Koopa verde, por exemplo, e você poderá transformá-lo em um Koopa vermelho, dar asas e mais. Também é possível deixá-los enormes. Grande parte dos elementos têm opções de personalização adicionais disponíveis e tudo depende da sua criatividade.

Algumas das novas opções, como diferentes inclinações angulares, adicionam ainda mais variedade ao design. Mas o grande destaque fica para a adição das “clear conditions”, que são nada mais do que desafios para você completar ao longo da fase. Por exemplo, você pode exigir que os jogadores tenham que derrotar pelo menos um Hammer Bro ou receber zero de dano para completar a fase. Novos blocos de switching, como o on/off, adicionam novas e empolgantes possibilidades para fases de quebra-cabeças. Há também novos caminhos ajustáveis para níveis automáticos, blocos de cobras e muito mais. As opções são tão robustas e criativas que ocasionalmente podem parecer esmagadoras.

Para aliviar o peso de ter todas essas ferramentas a sua disposição, Super Mario Maker 2 traz o Dojo de Yamamura. Ele nada mais é do que um pombo inteligente que protagoniza um modo tutorial com a ajuda de Nina, uma humana. Mas chamar isso de modo tutorial é injusto demais. O Dojo é um espaço de treinamento de design de games. Há lições mostrando o básico — como testar suas fases, o que fazer se você errar e como usar os vários itens –, mas também há lições sobre como inspirar seus trabalhos, dando instruções para os jogadores. Há até mesmo uma parte chamada “Tratando o jogador de forma justa”, em que a última mensagem é “ninguém gosta de um troll”. Sábias palavras, Nina.

Mas essas são apenas as lições intermediárias. As mais avançadas exploram tópicos mais complexos como ritmo, uso efetivo de desafios e até mesmo questões filosóficas de design de jogos como: “O caminho a seguir sempre precisa ser óbvio?”. Pois é. Melhor ainda, essas lições são totalmente opcionais. Cabe a você quanto está disposto a gastar seu tempo nestes ensinamentos básicos que servem como base para algumas das mentes mais criativas dos games.

Modo Online e Co-op

Mario Maker é, fundamentalmente, sobre compartilhar e explorar fases construídas por outras pessoas. O menu Course World é onde vive esse tipo de conteúdo e gostei como é fácil de navegar entre as listas. As opções de pesquisa são úteis e permitem que você faça uma busca mais detalhada para encontrar o tipo de fase que deseja jogar. Você também pode baixar suas fases favoritas para poder jogar offline, o que é super importante. Jogar o percurso de outra pessoa, seja ok ou surpreendente, é sempre uma surpresa e também pode ajudar você no processo criativo das próprias fases. Além disso, o Course World, somado a campanha, são ótimas opções para aqueles que não querem se arriscar tanto na parte de construção.

É possível jogar e construir fases em Super Mario Maker 2 cooperativamente, mas seja melhor você não tentar fazer essa última coisa. Tentei montar uma fase com o meu filho e simplesmente não foi legal porque não há espaço o suficiente para duas mentes criativas na tela. Essa também é uma tarefa que exige planejamento, então a situação pode ficar complicada com quatro mãos em ação. Jogar cooperativamente também é um pouco confuso e a Nintendo ainda não disponibilizou o co-op online com seus amigos. Mas é possível jogar com seus amigos em um outro Switch, desde que estejam conectados na mesma rede. Há também a opção co-op local, mas é algo que está longe de ser intuitivo. Outro detalhe ultrapassado é que para acessar as fases do seus amigos e conhecidos, é necessário digitar um código específico do percurso.

Prós

  • Variedade de itens
  • Liberdade de criação
  • Modo tutorial de muita utilidade
  • Conteúdo de sobra

Contras

  • Co-op não traz uma boa experiência

O Veredicto

Super Mario Maker 2 é a ferramenta de criação de jogos mais acessível já criada, mas esse é apenas o núcleo de algo muito maior. Passei horas construindo fases, testando e recomeçando, e sinto que mal arranhei a superfície de possibilidades. O modo história tem uma narrativa básica, obviamente, mas é uma ótima desculpa para introduzir centenas de níveis inéditos e feitos por profissionais do mercado. Super Mario Maker 2 oferece tanta liberdade criativa, incluindo em como você aprende a colocá-la em prática, e é surpreendente como o game consegue oferecer um pacote diverso e coeso.

Texto extraído do IGN Brasil

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